Nome e carteira: Emanuela Boccia - EmanuelaBoccia.near
Localização: Coimbra - Portugal
Contas das redes sociais: @manubab0
Site ou portfólio digital: www.emanuelaboccia.com.br
Bio:
Emanuela Boccia (Salvador- BA, 1993) é artista visual e pesquisadora Graduada em Bacharelado Interdisciplinar em Artes e mestra em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia. Participa de exposições coletivas desde 2018, já tendo participado de exposições em Salvador e São Paulo. Por ser uma artista pesquisadora, apresentou artigos relacionado a Arte e mídias sociais na Associação de Pesquisadores em Artes Plásticas na Universidade Federal de Goiás (2019) e também na conferência de Arte e Tecnologia, Artech em Aveiro, Portugal (2021).
Artist Statement:
Desenvolvo um trabalho têxtil a partir das divergências entre o tempo real e o virtual, onde retiro imagens das mídias sociais como matéria prima para a construção de peças em tapeçaria e bordado. Lido com as linguagens digitais como as hashtags, memes e imagens de des/conhecidos para tecer narrativas entre tempo e criação; passado e contemporâneo; social e doméstico. A partir da observação do padrão repetitivo e modular das imagens nas mídias sociais, principalmente do “Instagram” , que ao reunir milhares de fotografias e vídeos constrói uma visualidade própria da rede conhecida como mosaico ( “grid” ). Faço uma reflexão quanto a semelhança estética entre o mosaico ( “grid” ) e a formação de peças têxteis como a colcha de retalhos e, também, a semelhança entre o ponto da costura e o pixel da imagem digital. Uma das referências visuais que utilizo é o trabalho “Museum” (2019) do artista Wiliam Betts que reconfigura as imagens de câmeras de vigilância ao reduzir a quantidade de pixels das imagens, criando uma característica imagética semelhante ao “ponto cruz” do bordado.
sinopse do projeto:
A bolsa da Incubadora DAO será muito importante para dar seguimento ao meu projeto de criação de peças em tapeçaria e bordado que está relacionado à minha pesquisa de mestrado intitulada “A bagulhificação da imagem e o avesso das mídias sociais” (2022) apresentada ao Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia. A pesquisa foi desenvolvida a partir da palavra “bagulhificação” definida no livro “Androides sonham com ovelhas elétricas?”, do autor Philip K. Dick, que tem como significado o movimento entrópico dos objetos que perderam sua utilidade: “Bagulho é todo tipo de coisa inútil, como correspondências sem importância, caixa de fósforos vazia, embalagem de chiclete ou homeojornal de ontem” (K. DICK, 2019, p. 86). Ressignifico o termo transpondo-o dos objetos físicos para os “objetos” virtuais, especificamente nas redes sociais, onde as imagens repetitivas e acumuladas “bagulhificam” as redes causando uma “cegueira” à individualidade que lá denominei de “bagulhificação da imagem”. Partindo dessa ideia, utilizo-me deste carácter fictício das imagens na rede e proponho outra narrativa ficcional dentro desta construção: tecer esse acumulo visual das redes tendo como objetivo a criação de trabalhos têxteis como registro familiar de desconhecidos.