Atualizando os processos do Gambiarra Collection II
Depois de definir os contemplados da Bounty venho apresentar a obra de cada artista que participou e dizer também que ja estão disponíveis para venda em nossa galeria.
Estamos agora fechando a data da nossa exposição com o Decentraland Brasil e assim que ocorrer a festa por la traremos mais atualizações do report.
Os pagamentos de cada artista ja foi realizado conforme voce pode visualizar no post abaixo
Participantes:
Gabriel Jacomel
Barbara Cezano
Fran Resende
Rosi Leny Morokawa
Glaucus Noia
Michel Nascimento
Camila Marquez
Iago Sousa
Realização:
Patrocínio:
1 Niandra - @gabrielfelipejacomel
Descrição: Invertendo mictórios para mijar como quem cospe para cima.
Pixelando e distorcendo bastante um retrato de Marcel Duchamp como Rrose Sélavy, e o nome - Niandra - faz referência ao álbum Niandra LaDes and Usually Just a T-Shirt, em que a personagem de Duchamp aparece na capa do disco encarnada por John Frusciante.
Então, além de homenagear essa gente toda, como já fiz em outras obras minhas, quis questionar as noções de reprodutibilidade e roubo na arte. Isso fica mais claro quando cito indiretamente o urinol/A Fonte de Duchamp na descrição, visando inverter o urinol (que foi, em uma gambiarra, invertido primeiramente por Duchamp numa tiração de onda - dizem que até mesmo roubando a ideia de outra artista). Reinverter o urinol para beber da fonte, em outra gambiarra, dessa vez feita por mim em Paint e afins. Na melhor lógica de “ladrão que rouba ladrão…”. E por fim, é um estudo sobre o sample e um exercício sobre estender os limites do figurativo em direção a um abstrato mais “informativo”.
2 Nao Me Segue - @barbara.cezano
Descrição: Este trabalho surgiu da reflexão a respeito do constante estado de monitoramento em que vivemos devido às ferramentas de controle cada vez mais avançadas e precisas com o advento da internet e a superconexão.
Como resposta irônica ao fim da privacidade na era da Sociedade de Informação, surgiu o trabalho “Não me Segue”, no qual a artista antes observada agora direciona o seu olhar para a câmera do computador e responde negativamente a essa vigilância selando a lente com um adesivo que impede a continuação da filmagem. A proposta originou-se através da técnica de animação de stop motion feita com fotografias e transformada em gif.
O nome do trabalho artístico que expressa o desejo da artista de que não a sigam e a vigiem constantemente, também expressa um duplo sentido, quando pronunciado em português, que é causado pela palavra SEGUE que é homófona*, a palavra CEGUE**, ou seja, ao mesmo tempo em que a artista não quer ser vista excessivamente também comunica nas entrelinhas de que não quer ficar cega ao mundo da tecnologia, em outras palavras, quer continuar participando das transformações da tecnologia da informação buscando estratégias improvisadas de manter o mínimo de sua privacidade, ou que podemos chamar de gambiarra.
Afinal, quem nunca colocou um adesivo na câmera do celular ou do computador com receio de ser filmado? Ou ao menos se questionou se alguém o via através dessas lentes.
- (escrevem diferente, tem sentido diferente mas a pronúncia é parecida)
** Do verbo cegar, perder a visão
3 Gambiarra Nossa de Cada Dia - @franresendeb
Descrição: Esse desenho (e esse texto) é uma pura gambiarra e contém altas e grandes doses de ironias. É direcionado ao brasileiro e o seu grande super-poder de adaptação, principalmente depois que o “novo modelo” de tomada foi criado. Só não coloquei “durepoxi” de verdade no “T” porque preferi fazer uma gambiarra no desenho. Até a letra está uma gambiarra, aliás, foi tudo no improviso, até esse texto. Mais gambiarra que isso só se fosse uma tomada de obra pendurada no teto perto duma parede de alvenaria feita com tijolo sobre tijolo sem fundação pra estruturar. Aliás, se fosse na obra, talvez nem teria tomada e a ligação era direto no fio :D. Sorte que dizem que Deus é Brasileiro, assim ele nos protege, amém.
4 Gambiarra Evasiva - @rosasdulces
Descrição: Durante a pandemia, na impossibilidade de frequentar o ateliê de gravura para gravar e imprimir novos trabalhos, comecei a usar fios para fazer intervenções sobre minhas gravuras já existentes, na série “Evasivos”. “Gambiarra Evasiva” é uma arte criada para a GAMBIARRA COLLECTION II, é uma solução improvisada para o problema do desafio da produção artística. É um objeto que surge da mistura de dois materiais, além disso, é a inovação de uma proposta artística já existente, com uma intervenção em um trabalho para criar outro, uma gambiarra evasiva.
Rosi Morokawa. “Gambiarra Evasiva”, 2022.
Técnica: Gravura em metal, água tinta, impressa sobre papel Hahnemühle, com intervenção de fios de bordar (obra física).
5 Cabo de Chupeta - @glaauxx
Descrição: Aqui em casa, para utilizar lâminas de facas de cozinha sem cabo, utilizamos uma garra de cabo de chupeta de bateria de carro. As facas partilham o mesmo “cabo”, que é alternado entre as facas. A mesma garra tem outros usos na cozinha.
6 Gambiarra - @michanascimento
Descrição: Mesa na sala improvisada com quatro caixotes de feira e dois pallets.
Entrevista do candidato Lula à presidência de 2023, Rukia de baixo dos pallets.
7 janela gambywood - @Camofa
Descrição: Fotografia - Hollywood encontra o metaverso da gambiarra.
8 A Arte é um processo de gambiarras - @iagods
Descrição: O processo de criação de uma arte, é basicamente uma gambiarra, são experimentos e testes de pinceladas com muita ou pouca tinta no pincel, na espátula, ou com ferramentas experimentais, tecido, espuma ou os próprios dedos, chegando em vários efeitos diferentes.
Um processo livre que pode ser usado recortes de papéis coloridos, tecido, jornal, revistas, uma colagem que leva cola para fixar os pedaços, uma tesoura para recortar as formas.
A arte pode ser uma pintura em vários e infinitos tipos de suporte, pode ser uma escultura, materiais e experimentos infinitos, e até mesmo antes da criação em si, a arte está em algum lugar na mente do artista, sendo imaginada, agrupando sua enorme bagagem de vida e tentando montar, reproduzir mentalmente sua ideia em um enorme oceano de ideias que a gambiarra traduz produzindo no mundo real.
Minha obra então traduz tudo isso, uma cryptoarte digital juntando e misturando uma obra tradicional, pintada em página de livro mais elementos e imagens recortadas sobrepostas sobre a página escaneada, trazendo uma sensação do fantasma da criação da obra, o processo que ela passou antes de existir no plano real, a materialização de uma ideia mental para o mundo material. Esse processo de criação foi uma verdadeira gambiarra artística.