Nome e Near ID (Carteira NEAR) - Zé Bernardo da Fonseca; satoshi.near
Localização (cidade e país) - Lisboa, Portugal.
Contas das redes sociais (se houver)
CV/Portfolio - cv Zé Bernardo.pdf - Google Drive
Artist Statement -
A minha poesia é um desabafo que, talvez um pouco candidamente, faço e canto para com quem lê ou ouve. Tento que seja a reflexão de uma perspectiva de observação do mundo, sou disléxico, nunca soube ver de forma correcta. Nessa desconexão dos meus sentidos para comigo mesmo está a base do meu trabalho.
Sinopse do projecto
Estou neste momento a concluir um podcast (linktree) só sobre a poesia em pandemia, a sua relação com a realidade e como moldou a realidade do confinamento. Depois de publicar os seus textos em livro gostava de começar a avançar com um projecto poético que levasse poesia ao grande público. Aproximando a poesia a uma ida ao café, este projecto seria um podcast de entrevistas, diálogo e declamações em diferentes bares demonstrando o quão próxima é de facto enquanto forma de arte. A bolsa seria o auxílio precisos para levar a cabo esse projecto.
Exemplos de trabalhos de escrita, recentes ou não -
Mythos
Disseram-me para vir aqui dizer um poema.
Disseram.
Disseram para me prostrar em agradecimentos por meia dúzia de gatos pingados que aprovam das minhas súplicas aos ventos.
Para ser feliz. Sorrir. Cantar. Rimar.
Disseram.
Disseram que declamasse! Que rappasse !
Que interpretasse, um poema.
Não.
Eu, vou entregar-me
Como fiz com Jorge de Cena.
Tudo por um poema.
Mas isso pode não agradar,
Podem não gostar…
Que interessa se incomodo?
Não direi poesia de vão de escada para ouvidos moucos.
Nós que somos tão poucos
Vendemos a alma ao agrado
Pois eu não sou da cena nem do fado.
Não percebo onde começa a virtude
E acaba o pecado.
Não sou artista falhado.
Com o meu nome paguei as moedas presas aos meus olhos para quando tiver à frente do barqueiro, S. Pedro me explicar que aquilo era um lago…
Não valia a pena ter pago.
Nestas palavras a que rendo uma angústia infantil, já vi mortes mil e as portas do inverno pelas mãos de O’Neill, Régio e Antero.
Isto é o que eu quero.
Imortalidade no mito.
Esquisito.
Ninguém ouve.
Dizem para botar um beat,
Talvez a malta arrebite
E assim possa ficar grato.
Estou farto.
Farei como quiser.
Arte da mesma maneira
Que beijei a minha mulher
Puta de mania.
O resto;
É morte e poesia.