[APPLICATION] Programa de Bolsas Artísticas 4 - eutaslim.near

  1. Taslim, eutaslim.near
  2. Localização (cidade e país) - Rio de Janeiro, RJ/Brasil
  3. Instagram: @eutaslim | Twitter: @eu_taslim
  4. CV/Portfolio
  5. Artist Statement - conte-nos sobre a sua prática artística e intenção poética; max. 5-10 frases

Cantora, compositora, jornalista, roteirista, poeta e escritora apaixonada pela cultura africana e negra, Taslim traz uma proposta afrofuturista musical, literária e esteticamente. Com um álbum autoral lançado e participação em um livro de coletâneas, a multiartista busca raízes, encontros e construção de novos futuros pela música, poesia, escrita e criação de narrativas. Encontra nas suas criações artísticas a possibilidade de cruzar linguagens para construir diferentes histórias que gostaria de ver possíveis em telas, livros e sons. Em seus espetáculos, mistura performance, música, poesia e tecnologia.

  1. Sinopse do projecto - de que modo esta bolsa contribuirá para o projeto? Que tipo de trabalho artístico está a pensar concluir com esta bolsa? ; max. 5 frases

Partindo do princípio de que o tempo é algo não-linear, busco nos meus próximos trabalhos abordar a noção - oriunda de diversas culturas africanas - de que o passado, o presente e o futuro caminham juntos. Nos meus últimos trabalhos (espetáculos, videoclipes) já venho abordando a viagem no tempo a partir do ponto de vista de uma mulher negra que enxerga a ancestralidade como parte do futuro. A partir de agora, busco experienciar isso em uma linguagem narrativa textual com um conto já em andamento, que navega com a ideia de crossmedia das propostas anteriores.

  1. Exemplos de trabalhos de escrita, recentes ou não - max. 4 obras (se já não estiverem disponíveis no portfolio/website/mídias sociais)

A voz

Estou ouvindo mais uma vez. Alguém está soprando os caminhos nos meus ouvidos. Não conheço esta voz, mas me acostumei com ela. Na verdade, depois de tantos anos, já é como se fosse parte de mim. Hoje sei que ela me acompanha desde muito antes do primeiro choro. Apesar disso, a fatídica voz só surgiu para mim na adolescência. Ou, pelo menos, foi quando me dei conta de escutá-la pela primeira vez.

No começo, eu tinha medo. Tentava fugir, correndo da jornada que ela me indicava e seguindo justamente para o lado oposto. Quando eu agia assim, ela parecia brava, como uma queda d’água. Não à toa, sempre que vou a uma cachoeira, eu a reconheço não só naquela ferocidade, mas também na calmaria que percebo depois que a água alcança seu destino.

Fiquei um tempo com esse temor, até que, certa vez, eu não sabia mais qual caminho seguir. Acostumada a fazer o contrário do que ela me falava, não soube para onde ir quando aquela voz se calou. Fiquei perdida e estagnada, enquanto observava todas as possibilidades de vida que estava perdendo por não conseguir dar um passo.

Foi quando eu entendi.

Eu, que me sentia uma mulher independente, fingia fortaleza na solidão. A minha saída única era seguir aquela voz. Ao invés disso, vinha me afastando dos lugares onde os encontros aconteceriam e ficando cada vez mais só. Havia várias pessoas me esperando naquelas estradas, e ela sabia disso. O caminho que ela me indicava nada mais era do que o caminho de volta para casa, onde ela também estava.

Decidi chamar essa voz de “vó”, porque era mesmo como eu sentia. E eu, que não conheci nenhuma das minhas ancestrais pretas, estava finalmente pronta para esse encontro. Aceitei a voz da minha avó, da minha bisavó e das que vieram antes.

Foi ela que me disse para eu deixar o meu cabelo crescer ao natural. Foi minha vó quem me indicou viajar para a África do Sul e Moçambique para passar por lugares onde ela havia passado. Foi ela também que me mostrou a beleza dos orixás e a vida em comunidade no Candomblé, bem diferente da melancolia em que eu antes me encontrava.

O caminho mais recente soprado em meu ouvido foi ela me dizendo para escrever este texto. De novo, eu sigo. Afinal, tem funcionado. Ainda não cheguei. Nem sei se um dia a gente realmente alcança a linha de chegada. Mas o que sei é que o trajeto agora tem sido guiado pelas muitas vozes que me chamam: minhas muitas “vós”.

Publicado em: RIBEIRO, Maria Aparecida Silva (Org.), Sobre nossas avós: memória, resistência e ancestralidade. Campinas, SP: Pontes Editores, 2021.

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Olá @Taslim ! Obrigado pela tua candidatura.

Esperamos ter os resultados no dia 1 de Abril. Boa sorte! :dizzy: :star_struck:

Olá! @Taslim
Devido ao número de candidaturas, que foi bastante superior ao esperado, os resultados só saem no dia 4 de Abril, segunda-feira. Agradecemos a paciência e pedimos desculpa pela demora.

Esta mensagem não é uma mentira de 1 de Abril :stuck_out_tongue:
Obrigado e boa sorte!

Olá @Taslim !

O júri da Program de Bolsas fica muito contente de te informar que foste seleccionada para a quarta edição! :star_struck: :star_struck:

Bem-vinda à comunidade da Incubadora!

Vamos avisar-te, muito em breve, para poderes pedir o valor da bolsa.
:purple_heart: :dizzy:

Se puderes, envia-nos um e-mail com a melhor forma de te contactar para:
incubadoradao@gmail.com

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Olá, @Taslim

Já pode nos solicitar o valor referente à bolsa do mês de abril. Um total de 11 NEARs :star_struck:

Pode fazer o pedido no nosso Astro e se precisar de ajuda pode conferir os nossos tutoriais ou nos mandar uma mensagem para incubadoradao@gmail.com

Um beijo e bom trabalho!! :dizzy: :purple_heart:

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Olá, @Taslim

Já pode nos solicitar o valor referente à bolsa do mês de maio. Um total de 16 NEARs :star_struck:

Pode fazer o pedido no nosso Astro e se precisar de ajuda pode conferir os nossos tutoriais ou nos mandar uma mensagem para incubadoradao@gmail.com

Um beijo e bom trabalho!! :dizzy: :purple_heart:

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